terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Na terra dos MuMus onde não gostam da DisneyLandia



A caminho de Damasco, fiz um desvio para ir visitar Crac de Chevaliers, um castelo enorme do tempo das Cruzadas.

Antes de continuar o relato quero dar aqui uma informação que bem pode ser aproveitado pelo SIS para ganhar uns trocos e vende-la aos americanos. Quando cheguei ao castelo, estavam 2 autocarros cheios de pára-quedistas russos em passeio. Isto prova que o Kremlin está a auxiliar países com suspeitas fortes de ligações ao terrorismo internacional (eles bem que tentam encobrir, mas consegui descobrir!!)

Após visitar o castelo, dirigi-me ao único táxi-carrinha que lá estava que me pediu 200 libras sírias (3 euros e tal) pela viagem...quando o preço seria 50...Pus-me a descer a colina a procura do táxi seguinte. Passados 5 minutos, passa a carrinha, quase cheia, apita e pára para eu entrar: "of, 50 mister, welcome!".

Os meus companheiros de viagem eram estudantes de arábico, em damasco, que tinham ido passar o dia ao castelo. Um argentino (que se converteu por iniciativa própria ao islão aos 21 anos(!!), uma sul-africana, uma malaia, um americana-somali, todas elas muçulmanas e 2 alemãs.

Gente impecável, muito divertida que se ofereceram logo como meus guias em Damasco. O argentino, como bom muçulmano ofereceu logo o quarto dele para ficar.

E assim fiquei dois dias em Damasco. Ao chegarmos a casa do argentino, ele soube através dos colegas de casa, que o serviços secretos sírios tinham ido lá a casa a dizer que dentro dum mês tinham todos que se ir embora dali!! Ok, este pessoal (tirando as alemãs) não estão a estudar na International House cá do sitio. Estão a estudar numa madrassa (para os menos esclarecidos, uma espécie de seminário, mas na versão terrorista (pelo menos no Paquistão!). Agora a sério. Uma escola religiosa islâmica, onde para além de arábico, se aprende também o Corão e tudo o que possa estar relacionado). Ora a Síria é um país secular, e que não vê com bons olhos estas escolas porque são ou podem ser um incentivo ao extremismo islâmico. Daí esta pressão dos serviços secretos, que se agravou nos últimos meses, desde que rebentou uma bomba em Damasco. Muitos estudantes foram mesmo expulsos da Síria. O argentino foi fazer um retiro espiritual ao Nepal para evitar chatices. Onde há fumo há fogo, claro. Os muitos estudantes paquistaneses, chechenos, somalis, vindos deste tipo de países simpáticos, de certeza que são muito boas pessoas, mas no melhor pano cai sempre a nódoa!

Por causa deste ambiente hospitaleiro criado pelos serviços secretos sírios (que chega mesmo a ligar para os alunos da madrassa a dizer que sabem que a morada deles é x, que os amigos deles são y, e para terem cuidado com o que andam a fazer) que o pessoal usa linguagem código. Os serviços secretos são os mumus (não estou a gozar), e sempre que falam em Israel, falam em Disneyland e por aí fora...

Outras coisas peculiares na Síria. As tampas de esgoto estão muitas vezes pintadas com a bandeira de Israel, o tapete de entrada com a bandeira de Israel e com a cara de políticos israelitas também é uma peça essencial em qualquer casa síria. E censuram na internet. Não há facebook. Não ha blogger. Não há youtube. E dão asilo político a pessoal das FARC da Colômbia. Gente Hospitaleira, para todos!

PS: para quem tiver a mínima preocupação pelo meu estar físico, queria aqui comunicar que estou com uma intoxicação alimentar desde que cheguei a Síria, e tenho desenvolvido uma relação de proximidade, confiança e afecto com as casas de banho sírias. Poupo pormenores.

2 comentários:

PRETO disse...

..assim vais emagrecer!!!!!!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.